sexta-feira, 22 de abril de 2016

A nova cortina de fumaça do Golpe

Imagem: http://www.correiodaamazonia.com.br/

Voltando as falas do impeachment da Presidente Dilma Rousseff e o golpe a ele associado pelos meios utilizados para obtê-lo, trago algo que povoa minha mente: a cortina de fumaça do golpe.

Durante todo esse período pré votação da abertura do processo de impeachment muitas foram as notícias veiculadas massivamente pela mídia golpista para causar aquela cortina de fumaça, onde depois dela ninguém vê o que acontece.

Destaco dois atores importantes nessa função: Eduardo Cunha e Juiz Sérgio Moro

Comecemos com o Eduardo Cunha. Quando começou a aparecer todo o envolvimento do mesmo em diversos tipos de crime contra o país, ele se fortalecia com o apoio da oposição (época que o PSDB saiu de cena, deixando tudo por conta do Cunha) e travava as batalhas contra o governo (planalto e lideres), partidos da base aliada (pois nessa época ainda havia base aliada) junto aos órgãos de justiça para que tudo acontecesse no tempo certo para o golpe certeiro.

O deputado Eduardo Cunha era o tema principal das notícias de jornais, revistas, internet, TV e etc. Até mesmo a catástrofe de Mariana/MG foi esquecida pela popularidade de Cunha.

Na medida que o processo seguia um novo nome aparece forte para dispersar a mentes do que acontecia de fato: o juiz Sérgio Moro. Sua atuação como paladino servo da justiça, na prática parcial aos crimes supostamente cometidos pelo PT, impressionou a muitos seja por aplausos ou revolta.

Sua ação como agente da "cortina de fumaça" teve que ser abreviada pela divulgação dos abusos cometidos durante a investigação na operação Lava Jato demais processos por ele conduzidos no passado. Como o governo tomou um fôlego conseguiu reagir um pouco e essa peça precisou ser desfocada. Para o golpe surtiu pouco efeito pois já estava na contagem regressiva da votação na câmara.

Passada a votação na câmara um novo nome surge forte para a lacuna deixada por Moro na função "cortina de fumaça", o "nobre" deputado Jair Bolsonaro.

Este já era intimo da mídia, por suas frases esdrúxulas e apoio a ditadura militar. Seria normal, visto que todos temos direto a livre opinião, se não fosse o episódio das cusparadas (foram duas, uma de cada lado, como foi viralizado no facebook) e das motivações do voto SIM a abertura do processo de impedimento proferidas pelo parlamentar.

O ponto chave foi a saudação ao Coronel Ustra, chefe dos torturadores do DOI-CODI, em especial torturador da presidente Dilma. A fala antes do voto sim foi demais, e o suficiente para a função de novo herói do golpe.

Jair Bolsonaro figura entre os principais assuntos, partilhando o silêncio dos seus adeptos que não comenta o fato para não serem obrigados a discordar de seu ídolo; e a revolta daqueles que não veem nele pessoa ruim.

Enquanto esse homem domina a mídia ninguém sabe ao certo como as coisas acontecem no senado sobre a análise do pedido de impedimento em curso, e sem pressão pressão fica mais fácil trabalhar para aceitar a proposta e afastar a pessoa da Dilma do posto de Presidente.

De fato a oposição é muito esperta, utilizando estratégias bem interessantes para prosseguir com seus objetivos.

Meios para o poder

Um fato interessante é que historicamente a direita, leia-se burguesia, e esquerda, leia-se proletariado, sempre utilizaram os mesmo meios para obter o poder ou qualquer que seja seus objetivos.

A direita parte para a ignorância e manda logo um golpe. A diferença dos golpes de Getúlio Vargas, dos militares e deste em curso é a circunstância e a conscientização crescente do povo para com a política nacional. O fato que os une é a mídia, mas especificamente a Globo. A emissora apoiou os militares, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, e é a articuladora principal do golpe em curso, visto que a oposição não possui militância e precisa de parcerias para manipulação e mobilização do povo a seus ideais.

Mas você me dirá: "Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso foram eleitos pelo voto direto!". E te responderei que sim, isso é fato, mas a forma como a mídia fez propaganda para o dois, influenciando o voto dos milhões de cidadãos brasileiros, somada a situação caótica caracteriza-se como uma forma suave de golpe disfarçado de democracia. O mesmo é dito do impeachment ser previsto na constituição, com o crime de responsabilidade fiscal como prerrogativa na norma legal  que não existiu, sendo forjado e aceita a forja como válido. Eis o golpe meus amigos.

Especificamente aos governos dos Fernandos a emissora contribuiu para que os mesmo governassem tranquilos, com a ocultação de verdades ao povo brasileiro, pelas cortinas de fumaça diversas que nos impediu de ver além. Uma prova de grande ajuda da rede Globo foi a criação do Telecurso 2000, que permitiu ao Fernando Collor reduzir investimentos em educação. 

Mas outra pergunta que pode surgir é sobre o impeachment do Collor com a participação de completas coberturas pela emissora. Dos dois Fernandos um descumpriu todos os compromissos que firmou para ser eleito, o Collor, o outro os cumpriu fielmente, FHC, e ganhou de presente um novo mandato.

E sobre Getúlio Vargas? Sendo sincero conheço pouco. Sei apenas que foi golpe de estado. Foi bom para o povo, no cotexto da época, com reflexos até hoje para os trabalhadores. Pensando politicamente foi a forma de ganhar o apoio de quem fora abandonado por lideres antigos. O mesmo fez o PT, que além de ser sua bandeira de luta foi estratégia, visto que a classe média, empresários e todos os demais representantes da burguesia foram beneficiados igualmente. O povo proletário não teve a unanimidade que inocentemente esperava.

Com relação a esquerda e o povo, seus atos dispensam explicações, vide a Coluna Prestes, a insurreição mineira, os farrapos e os movimentos sociais populares, que lutam. Todos vão as ruas e fazem da luta sua arma. É claro, transparente e público. Não há apoios ocultos nem acordos secretos. A Coluna Prestes foi o grande exemplo de que alianças precisam ser bem feitas.

De toda essa conversa algo fica claro: Cortina de fumaça é especialidade da mídia, e ferramenta de todos os golpes.

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